segunda-feira, 27 de julho de 2015



A felicidade bate à porta

Deixe ela entrar

Logo afasta uma cadeira

E te acompanha com o olhar



Uma casa é uma casa

Quando está pronta para bagunçar

O sofá já tem capas

Prevendo o que irá cair

Se cair é porque alguém mora lá

As janelas já enfrentaram a chuva da previsão errada

As portas sobreviveram ao esbravejar de uma briga

O copo escapou ontem da pia

As panelas queimaram ao menos uma vez

Quando o ponteiro não apontava para as horas



Uma casa está viva

Quando a campainha toca antes da hora

E não há motivo para esconder para debaixo do tapete a falsidade

Cada chinelo perdido é um achado

Seu dono já está esparramado na poltrona

Uma escova sobre a cama

Denuncia o arranjo emoldurando o rosto

Perder as chaves chega a ser desculpa

Para a recepção mais calorosa